Andador infantil: por que representa um perigo para o seu bebê? A visão da fisioterapia e o que fazer em vez disso
- Posturalle Physio Pilates
- 24 de abr.
- 4 min de leitura

Quando um bebê começa a dar sinais de que quer se movimentar, muitos pais acreditam que oferecer um andador infantil é uma forma de ajudar a acelerar esse processo. Afinal, à primeira vista, parece um equipamento útil: o bebê se desloca sozinho, parece feliz e seguro, e os pais sentem que ele está sendo estimulado.
Mas a verdade, baseada em evidências e observações clínicas, é que o andador pode ser perigoso e prejudicial ao desenvolvimento motor do bebê. Da perspectiva da fisioterapia pediátrica, seu uso não é indicado — e pode, inclusive, trazer sérios riscos à saúde e ao desenvolvimento natural da criança.
Neste artigo, vamos explicar por que o andador infantil é um perigo, quais os impactos no desenvolvimento e quais alternativas saudáveis e seguras você pode adotar para estimular seu bebê de forma adequada.
🚫 Por que o andador infantil é um perigo?
1. Aumento do risco de acidentes
O andador dá uma mobilidade artificial à criança. Com as rodinhas, ela pode alcançar áreas da casa que ainda não estaria pronta para explorar, como escadas, lareiras, piscinas ou objetos perigosos. Esses equipamentos são responsáveis por milhares de acidentes domésticos todos os anos. Bebês em andadores podem cair, bater a cabeça, se machucar com objetos cortantes, entre outros perigos. Segundo estudos, a maior parte dos acidentes com andadores acontece sob supervisão de um adulto, pois o deslocamento pode ser rápido e imprevisível.
2. Interfere no desenvolvimento motor natural
O processo de aprendizagem motora do bebê é gradual: primeiro ele rola, depois senta, engatinha, fica em pé com apoio, dá os primeiros passos e só então anda. O uso do andador pula etapas importantes, interferindo na coordenação motora, no fortalecimento muscular e no equilíbrio. Ele dá uma falsa sensação de mobilidade e independência, mas não ajuda o bebê a desenvolver os músculos necessários para caminhar com segurança.
3. Prejuízos à postura e ao padrão da marcha
Crianças que usam andador tendem a se movimentar na ponta dos pés, o que pode causar encurtamentos musculares, principalmente na panturrilha, além de afetar a forma como elas irão pisar futuramente. A postura adotada no andador também não é natural, forçando articulações e dificultando o alinhamento corporal adequado, o que pode gerar compensações musculares e problemas posturais.
4. Possível atraso no início da marcha
Ao contrário do que se imagina, o uso do andador não acelera o início da caminhada — pode até atrasar. O bebê se acostuma a se movimentar com apoio e não aprende a desenvolver o equilíbrio necessário para caminhar por conta própria. Isso gera insegurança quando ele tenta andar sem o equipamento, tornando o processo mais lento e frustrante.
👩⚕️ A visão da fisioterapia pediátrica
Profissionais de fisioterapia, especialmente os que atuam com desenvolvimento infantil, têm uma posição muito clara: o andador não deve ser usado.
O foco do fisioterapeuta é respeitar o tempo de cada bebê e estimular o desenvolvimento de forma ativa, ou seja, permitindo que a criança participe ativamente do movimento e conquiste as fases motoras com segurança e autonomia.
Quando pulamos etapas (como engatinhar ou ficar em pé com apoio), tiramos da criança a oportunidade de fortalecer os músculos corretos, desenvolver a coordenação entre braços e pernas e melhorar o equilíbrio.
Na fisioterapia, o movimento é conquistado — não imposto.
✅ Alternativas saudáveis e seguras para estimular o seu bebê
Se o andador é perigoso, o que pode ser feito para estimular o desenvolvimento do bebê? A boa notícia é que existem muitas formas naturais e eficazes de apoiar o aprendizado motor do seu filho. Confira:
1. Tempo de qualidade no chão (brincar livre)
Deixe o bebê brincar no chão, em um ambiente seguro e acolchoado. Isso permite que ele explore diferentes posições, tente se virar, engatinhar e se levantar com apoio. O chão é o melhor “professor” para o corpo em desenvolvimento.
2. Estimule o engatinhar
Não tenha pressa! O engatinhar é uma fase essencial para o desenvolvimento da coordenação motora cruzada (movimento alternado de braços e pernas), além de fortalecer a musculatura dos braços, tronco e pernas.
3. Use brinquedos de empurrar (após os primeiros passos)
Depois que o bebê começa a dar seus primeiros passos, você pode usar carrinhos firmes de empurrar. Diferente do andador, esses brinquedos não sustentam o peso do bebê, mas o incentivam a se equilibrar por conta própria.
4. Ofereça apoio com móveis firmes
Permita que o bebê se levante com apoio em móveis baixos e firmes, como o sofá. Ficar de pé sozinho, depois dar passinhos de lado, são conquistas importantes antes da caminhada livre.
5. Brinque junto!
A interação com os pais é um poderoso estímulo. Chame o bebê para vir até você, ofereça brinquedos interessantes, elogie suas tentativas. O amor e a presença dos pais são combustíveis poderosos para o desenvolvimento.
💡 Conclusão
O desejo de ajudar o bebê a andar é natural, mas é essencial respeitar seu tempo e suas necessidades motoras. O andador, embora popular, não é um aliado nesse processo — muito pelo contrário, ele pode trazer mais riscos do que benefícios.
Se você tem dúvidas sobre o desenvolvimento motor do seu bebê, ou quer aprender formas seguras de estimulá-lo, a fisioterapia pode ser uma grande aliada! Um acompanhamento individualizado, com atividades e orientações específicas para cada fase, faz toda a diferença.
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